Bancos suíços têm divulgado como ajudaram aos clientes dos Estados Unidos a esconder dinheiro no exterior.
O programa do Departamento de Justiça americano contra contas no exterior não declaradas tem atingido os grandes bancos suíços.
Segundo o “The Wall Street Journal”, o Departamento de Justiça americano fechou mais de 40 acordos com bancos suíços, os quais informaram as técnicas e os métodos para manter as contas dos clientes escondidas.
Os infratores vão de bancos internacionais a pequenos agentes hipotecários que, em conjunto, ajudaram a esconder mais de 10 mil contas ligadas aos Estados Unidos, com valores superiores a US$ 10 bilhões.
Aqueles que admitiram mau comportamento pagaram um total de mais de US$ 360 milhões para resolver os casos e, assim, evitar acusações criminais.
Advogados dos correntistas e dos bancos suíços estimam que 40 outras empresas estejam em negociação com o Departamento de Justiça americano.
Segundo a procuradora-geral adjunta Caroline Ciraolo, “bancos pequenos e grandes estão nomeando pessoas e empresas que ajudaram os contribuintes americanos a esconder contas estrangeiras e a sonegar impostos”.
Estima-se que mais de 54 mil contribuintes americanos, com contas não declaradas, tenham pago mais de US$ 8 bilhões para a Receita Federal dos Estados Unidos para solucionar seus casos e evitar processos criminais.
Os métodos utilizados por bancos e empresas suíças teriam sido descritos em detalhes nos depoimentos assinados em acordos. Na maioria dos casos foram fornecidas contas numeradas ou com códigos aos clientes, com as identidades dos mesmos sendo conhecidas apenas por poucos funcionários.
Os bancos também não enviavam correspondência para os Estados Unidos, pois os clientes temiam que o governo americano pudesse ter acesso a elas.
Muitos bancos também ajudaram os americanos através de trustes e fundações em paraísos fiscais, como Liechtenstein, Ilhas Virgens Britânicas e Panamá, entre outros.
Pequenos bancos aceitaram contas de clientes que fugiam dos grandes bancos suíços que estavam sob pressão das autoridades americanas por práticas que, agora, também estão admitindo que adotavam.
Algumas instituições financeiras consideraram que as sanções americanas contra os grandes bancos era uma oportunidade e avaliaram que abrigar os clientes americanos era um negócio interessante.
Segundo as autoridades americanas, o grande volume de dados descobertos pelo programa, incluindo o destino dos fundos que foram retirados das contas suíças, está sendo examinado em busca de pistas no mundo todo.
Fontes: The Wall Street Journal e Valor Economico
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