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R$ 126 Bilhões do total dos Recursos Legalizados na Repatriação permanecem no Exterior

Repatriação não é a melhor definição para o programa que legalizou bilhões em recursos não declarados no exterior.

Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, identificou que a imensa maioria dos valores legalizados não voltou para o Brasil.

Segundo a Receita Federal foram regularizados R$ 152,7 bilhões, mas R$ 126,1 bilhões, quase 83% do total, permanecem no exterior. O Banco Central registrou a entrada no país de R$ 26,6 bilhões.

Dos R$ 152,7 bilhões regularizados, R$ 151,6 bilhões pertencem a pessoas físicas com menos de R$ 1 milhão. É por isso que os R$ 26,6 bilhões repatriados entraram no Brasil por meio de 10.194 contratos de câmbio. Média de R$ 260 mil por contrato de câmbio.

Investidores com valores maiores seguem com os recursos no exterior, especialmente porque tiraram os recursos do país para ter uma espécie de seguro contra a instabilidade do Brasil e não acham que é hora de voltar.

Há também razões financeiras também para se manter o dinheiro fora do Brasil. Se o recurso foi conquistado no exterior, não está sujeito à tributação pelo ganho cambial. De outro lado, se o dinheiro foi gerado no Brasil e remetido para fora, a variação cambial vai fazer a diferença na volta, pois será preciso pagar imposto de 15% a 22,5%.

Vale lembrar que pela lei da repatriação, o patrimônio mantido no exterior foi declarado com base num dólar a R$ 2,6562. Hoje a cotação passa de R$ 3. Quem trouxer o dinheiro agora vai ter um custo.

Pesa também a questão da diversificação para a manutenção do dinheiro no exterior. A realidade do mercado lá fora é totalmente outra, pois tem cultura de investimento de longo prazo e uma enorme diversificação de produtos.

Fontes:

O Estado de S. Paulo | Alexa Salomão e Marcelo Godoy | 30/04/2017

Época Negócios | 30/04/2017