Cinquenta países começarão a trocar automaticamente, a partir de 30 de setembro de 2017, informações bancárias dos seus cidadãos.
Os territórios britânicos de Anguila, Bermudas e Ilhas Cayman, entre outros, deixarão de ser paraísos fiscais e se tornarão os primeiros países a compartilhar automaticamente informações bancárias dos seus cidadãos.
A lista dos primeiros cinquenta países inclui quase todos os Estados-membros da União Europeia, dez territórios dependentes do Reino Unido e da Dinamarca, bem como alguns membros destacados do G20, como África do Sul, Argentina, Coreia do Sul, Índia e México.
Essa mudança é fruto de uma década de combate à evasão fiscal, que se tornou uma prioridade mundial após a crise financeira de 2008.
Uma segunda série de países vai aplicar a mesma medida a partir de setembro de 2018, entre eles, várias nações conhecidas por sua discrição, como Andorra, Mônaco, Singapura, Suíça, além de Brasil, China, Rússia e Japão.
Os Estados Unidos, um dos grandes ausentes, já contam com dezenas de acordos bilaterais acerca do intercâmbio de dados bancários, especialmente com Luxemburgo, Mônaco e Suíça.
“É o fim definitivo do sigilo bancário”, segundo Pascal Saint-Amans, diretor do centro de política e administração fiscal da OCDE.
É claramente um passo à frente, que vai permitir encontrar os menos organizados, reconhece Manon Aubry, porta-voz da organização Oxfam na França.
A fraude fiscal, no entanto, não vai desaparecer de um dia para o outro.
A Oxfam continua cética a respeito da identificação dos proprietários de trustes e outras fundações, que “avança na Europa, mas fica estagnado a nível global”, e em relação à plena cooperação de certos Estados, como a Suíça.
Fonte: SWI – swissinfo.ch